Câncer de próstata: menos preconceito, mais chances de cura
Introdução
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e a segunda maior causa de mortalidade na população masculina brasileira, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Por outro lado, tem de 90 a 95% de chance de cura quando diagnosticado em fases iniciais.
Muitas vezes, o que separa os homens dessa grande possibilidade de não ter complicações é o preconceito.
- 6 em cada 10 homens alegam medo de ir ao médico.
- 30% se negam a fazer o exame de toque. Os dados são do Centro de Referência de Saúde do Homem.
Quando ir ao urologista
Homens sem nenhum sintoma urológico devem começar a ir ao urologista aos 40 anos. Nessa primeira consulta, o especialista vai determinar com qual frequência ele deve ir ao urologista.
É especialmente recomendado que a primeira consulta aconteça aos 40, quando o paciente tem fatores de risco que elevam as chances de desenvolver a doença.
São fatores de risco:
- Histórico familiar.
- Raça (homens negros e com descendência caribenha têm mais chances de desenvolver o tumor).
Além do rastreio do câncer de próstata, o médico irá analisar outros aspectos da saúde do homem.
A partir dos 50 anos, o acompanhamento urológico é anual.
A exemplo da visita das mulheres ao ginecologista, a consulta urológica não pode ser negligenciada, pois pode evitar o agravamento de diversas doenças, o que tem impacto na qualidade de vida e longevidade.
Sinais de alerta
O câncer de próstata é um tumor silencioso, por isso, é essencial realizar exames de rastreio. Só em casos avançados apresenta sintomas. São eles:
- Dificuldade em iniciar e manter um fluxo constante de urina.
- Fluxo urinário fraco.
- Micção excessiva durante a noite.
- Micção frequente.
- Retenção urinária ou vontade de urinar e incontinência.
- Sangue na urina e no sêmem.
Não deixe os sintomas aparecerem, previna-se!
Exames para rastrear o câncer de próstata
Ao contrário do que muitos homens pensam, o toque nem sempre é o primeiro teste para identificar possíveis evidências de um tumor. Alguns médicos primeiro realizam o exame de sangue (PSA) e, se considerarem necessário, realizam o toque retal, exame de urina, tomografia e até ressonância para corroborar com um diagnóstico assertivo. Isso varia de acordo com o urologista.
Toque: 10 segundos para saber se está tudo bem
O toque retal é indolor e rápido. Dura, em média, 10 segundos. Por meio desse exame, é possível saber se há inchaço na próstata ou inflamação. Sozinho ele não é suficiente para determinar se o homem tem câncer. Por isso, também são considerados outros exames, como o de sangue (PSA), urina e ressonância magnética. Eles também não são determinantes quando isolados. Dessa forma, sempre serão realizados mais de um exame para diagnosticar o câncer de próstata.
Tratamentos
Há vários tipos de tratamento para o tumor de próstata. Não existe um melhor que o outro, e sim o mais adequado de acordo com o estágio da doença e outros pontos, como vamos mostrar a seguir.
Cirurgia
É um dos tratamentos mais realizados. Existem diversos tipos de cirurgia para próstata, a mais comum é a retirada total da glândula e de tecidos próximos. Há menos chances de ter efeitos colaterais, como incontinência urinária, infertilidade e disfunção erétil, se a cirurgia for realizada precocemente.
O objetivo da retirada total da próstata é não precisar de nenhum tratamento posterior. Há grandes chances de a cirurgia ser suficiente, mas pode ser necessário complementar.
Radioterapia
Já há técnicas para realizar menos sessões de radioterapia para combater o câncer de próstata. O objetivo é similar ao da cirurgia, mas com manutenção da próstata. Uma radioterapia bem feita e em estágios iniciais diminui os efeitos colaterais do tratamento.
É mais comum a realização da radioterapia do que de quimioterapia.
Quimioterapia
Muito usada em outros tipos de tumores, a quimioterapia não é o padrão para câncer de próstata. É indicada em estágios mais avançados, pois os medicamentos podem combater células cancerígenas em outras partes do corpo. Quando há metástase, é o tratamento mais comum.
Hormonioterapia
Consiste na ingestão ou subtração de hormônios que favorecem o crescimento ou encolhimento do tumor. Embora pouco conhecida, a hormonioterapia é usada em alguns casos de câncer de próstata.
É indicada quando:
– O câncer está avançado ou o paciente não pode ser operado.
– Ausência de resultados cirúrgicos ou radioterapia.
– Retorno do tumor após outros tratamentos.
– Antes da radioterapia, para reduzir o tumor.
– Em conjunto com outros tratamentos para melhorar as chances de resposta.
Diante de tantas variáveis, o médico avalia a melhor opção.
É possível prevenir o câncer de próstata?
Alguns fatores, como idade e ter a pele negra são imutáveis. Mas cuidar da saúde com bons hábitos, alimentação saudável, estilo de vida ativo e peso adequado ajudam a diminuir as chances de ter câncer de próstata e muitas outras doenças.
Aumente suas chances
Não deixe o preconceito reduzir suas chances de viver mais e melhor. Tratamentos realizados em estágios iniciais da doença são mais eficazes, além de terem menos efeitos colaterais de curta e longa duração.